*Anos de 1953 > Estava parada diante de minha mãe enquanto olhava atentamente para a minha frente, era um enorme prédio a escola “Greenwood”, eu fantasiava tanto estudar naquele lugar, tinha somente 5 anos de idade, olhava firmemente para o prédio os alunos que dele saiam, minha mãe Elisabeth Taylor, olhava para a escola enquanto meu irmão Marcos Taylor vinha em nossa direção, Marcos era um garoto arrogante, me chateava as vezes, seu cabelo semi comprido meio rebelde, nunca o entendia naquela época.
O vestido de minha mãe balançava enquanto ela olhava para Marcos e dizia.
-Vamos filhos estou com pressa.
Meu irmão fazia seu rosto de debochado, não era a imagem que qualquer um queria ver dele, mais ele era simplesmente um jovem como os demais da época, revoltado. Sentia inveja dele por estudar naquele lugar, mais marcos era 10 anos mais velho que eu, um dia minha vez iria chegaria*
A rua escura mortificava minha visão, a lanterna não ajudava a localizar exatamente onde estava, tudo parecia ser exatamente igual, cada passo na noite fria fazia minha alma se arrepiar, meu coração bater, minha pele ficar alva de medo. Num entendia, quanto mais caminhava menos próxima de alguma coisa chegava, não via um palmo a minha frente sem lanterna, não via o céu, toda a escuridão escondia meu mundo, jamais havia visto algo assim, era como se uma nuvem negra dominasse todo lugar, como se me cercasse, caminha cada vez mais manca seguindo a rua no meio do nada, iluminando o asfalto gelado, e a mata sinistra a minha volta, como uma infinita vastidão, tudo estava silencio e completamente assustador.
Andava cada vez mais devagar, meu coração acelerava enquanto meu cansaço me dominava, ia me aproximando cada vez mais do nada, estava difícil respirar, estava longo do caminho, queria chegar logo, a noite estava me assustando, a ausência de memoria estava me deixando louca. Como poderia não saber quem era? Quem era Bebê? Quem era Alessa? Tudo se convertia em um caos enorme em minha mente me via louca absorvida por perguntas das quais não era capaz de encontrar uma resposta, enquanto olhava para a escuridão a minha frente tentava força minha mente, tentava me fazer lembrar, mais os flashback ainda não eram completamente claros.
Sobre minha mente refletia imagens, imagens das quais ainda não tinha resposta, podia lembrar, fogo muito fogo, gritos, ódio, uma dor incontrolável dominava-me, via mais chamas, mais gritos, e sentia algo me chamando, quanto mais perto me aproximava dessas memorias, era como se meus passos cansados e lentos me levassem a origens dela, precisava de ajuda, necessitava lembrar. Cada passo me atraia para o destino, um enorme pilar de concreto escrito “Greewood” surgia a minha memoria, como um estalar e junto desse nome, uma voz de uma garota. Alessa? Será que era a voz da garota que me lembrava? Ela gritava, ela chamava, o nome que se repetia em minha mente.
“Marcos porque você fez isso? Porque marcos?”
Meu coração acelerava, quando nesse momento a lanterna iluminou um par de calçados pretos polidos, nesse momento parei em choque e ergui a lanterna na escuridão, o susto me fez cair ao chão enquanto observava o garoto de 15 anos a minha frente, ele me olhava penetrante, sua pele era muito branca, sem vida, como se nenhuma gota de sangue quente circulasse seu corpo, o contorno dos olhos estavam manchados de vermelho e seu olhar sem brilho, completamente sem vida, seu lábios estava apagados na cor de sua pele, cabelos semi compridos, vestia terno e gravata, ele olhou para mim no fim da escuridão, apontou para sua roupa e me disse:
-Por sua culpa. Foi assim que me vestiram.
Ele parou olhando para o fim do lado oposto nosso e se virou, deu uma mais uma olhada para mim, enquanto disse.
-Você Anna.
Ele começou a caminha rumo a escuridão, andava com o corpo endurecido repetindo o mesmo movimento do caminhar, a luz da lanterna iluminava seu corpo, fiquei de pé nesse instante e comecei a caminhar em sua direção, enquanto mancava, não sabia o que dizer o medo tomava conta de mim, era com se tivesse trauma daquele garoto como se ele tivesse feito algum mal, algo que me fazia teme-lo. Nesse instante senti algo que parecia suas mãos frias tocarem meu corpo, um nojo de sua imagem me tomou por completa.
Continuei a caminhada o segundo. Andava cada passo com meu mancar, andava o iluminando com a lanterna, por mais lento que ele caminhasse parecia ser impossível de acompanha-lo, me via perdida em meio a escuridão, me via assustada diante dos flash que iluminavam minha mente, ouvia um nome se repetindo em minha cabeça “Marcos”, com certeza esse era o nome do garoto, sentia um nojo me dominar, ele cada vez estava mais distante, eu tentava segui-lo, mais parecia impossível alcança-lo.
Minhas pernas se arrastavam pelo cansaço da caminhada, fazia tempo que andava no escuro abandonado, a imagem de Marcos já estava desaparecida a minha frente, não o via, não o localizava, tentava enxerga-lo mais era impossível localiza-lo, Marcos havia sumido de minha visão, assim como havia sumido de minha memoria, continuei a caminhar enquanto gritava.
-Marcos!
Meu grito era tímido, quieto, acuado, mais não conseguia gritar verdadeiramente, não conseguia demonstrar coragem, o procurava, mais meu coração demonstrava não quere encontra-lo, minha mente não queria se lembrar dele, não queria saber de suas existência.
Sobre a noite assustadora, sobre a estrada abandonada, sobre o silencio eterno, aquele lugar parecia surreal, não ouvia nem o cantar dos grilos, o som da noite, era bizarro, como se tudo tivesse parado no tempo, como se o som da vida tivesse deixado de existe, como se estivesse em um lugar onde tudo estava morto, nem o vento dava sinal de vida, demonstrava sinal de sua existência. Continuava minha caminhada, não sentia mais a dor, minhas pernas estava amortecidas, continuava a caminhar, continuava a olhar a escuridão e o som da pura morte, o som de algo, algo que se chamava silencio. Cada passo me levava a um trecho novo, lembrava de Greenwood, era como se esse lugar fosse meu fim, fosse onde tudo terminou, as ultimas memorias do meu passado, deveria revirar minha mente, encontrar esse lugar e ir regredindo até minhas origens saber o que estava se passando.
Um som, um único som chamou minha atenção, me retirou do meu transe perpetuou do meu caminhar silencioso, dos vasculhar de minha mente por mais informações, era um miado, só poderia ser, um miado de um felino muito acuado, continuei a caminhar rumo ao miado, o som era familiar, o som me lembrava “Alessa” , meu coração se acelerava enquanto me aproximava de uma velha encruzilhada, lá estava o felino, um velho gato preto, miando em frente a um velho vertido, meio vitoriano, um antigo vestido sujo e rasgado com bordados e babados, vestido de uma criança, o vestido que vinha a minha mente, o vestido de alessa.
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“sobre minhas memorias os flash de um dia estranho dominava, a rua estava clara, mais o tempo era repleto de um cinza infinito, estava uma garotinha pequena deitada no na rua de terra batida do interior sobre a placa que dizia ‘ a esquerda greenwood’ a ‘em frente villa rockhead’, a outra placa que orientava para outras regiões jazia no chão envelhecida com a madeira que a constitua podre acabada do tempo.
A pequena garotinha de 5 anos parecia uma bonequinha, o clima de outono criava um ambiente úmido cercado de uma neblina fantasmagórica, o ambiente acinzentado com em um velho filho, o som do vendo cantarolava enquanto levavam consigo as folhas secas, uma pequena lagrima escorria do olhar da pequena jovem de vermelho, da minha pequena imagem, uma lagrima escorria de meu rosto. As lembranças daquele dia dominavam minha mente, empreguinavam meu ser, como se tudo tivesse começado ali, naquele fim de tarde de outono deitada no meio da encruzilhada esperando algo terminar o que havia começado em minha vida.
Aquele dia havia visto meu pai bater violentamente em minha mãe, foi a primeira vez que o vi bêbado, meu vestido ainda refletia uma bela cor de vermelho que combinava com o batom vermelho cereja que minha mãe passava em meus lábios carnudos, agora parte do meu batom estava manchado e o lado direito do meu rosto estava avermelhado do muro que meu pai havia me dado por tentar parar a briga, esperava que um veiculo passasse, ou que um cavalo me mutilasse ao passar encima de mim, ou então que simplesmente o tempo passasse e retirasse a minha vida, me levasse pela fome, pela desidratação, e principalmente pela tristeza e pela desilusão.
Chorava sem fim, enlouquecia por motivos que recém estavam começados, olhava para o céu sem vida, sem nuvens, coberto pela neblina, enquanto o vento levava a poeira que estava sobre a velha placa de madeira caída no canto da encruzilhada e movia a placa de madeira que estava em pé, a balançado e produzindo um leve rangido agoniante que me irritava ainda mais, foi nesse momento que a bela voz dominou meu ouvido pela primeira vez. A vi vindo da direção da minha villa, da villa rockhead, ela usava um velho vestido vitoriano repleto de babados com volume na cintura, e uma fita vermelha amarrada formando um laço na cintura, ela era linda, a renda das suas meias calças eram num tom branco com motivos de florais, sua pele clara e seus olhos azuis me dominava. Ela veio em minha direção e sentou-se ao meu lado, olhou para meus olhar triste e disse.
-não sei quem é você. Mais o que será que esteja fazendo, vou fazer também.
-você não entende, a vida é uma merda, vou me matar.
-então vou me matar também, a vida é uma merda pra todos garota.
Fiquei a olhando enquanto ela abraçava uma velha boneca de porcelana, sentei-me também e olhava sua boneca, com os cabelos pretos olhos castanhos de vidro muito realista, vestia um vestidinho igual o da menina.
-qual o nome dela? – perguntei.
-o nome dela é Bebê, minha filha – ela olhava para mim enquanto expressava um grande sorriso – A propósito, meu nome é Alessa, qual o seu nome?
- Meu nome é Anna.
-E ai Anna que acha de sairmos desse lugar chato e parado e irmos brincar?
Logo ficamos em pé a abrasei fortemente e começamos a correr em direção de Rockhead, quando um miado chamou nossa atenção, começamos a caminha rumo a um canto da esquina, e vimos jogado ao meio do mato, uma sacola plásticas, com alguma coisa se mexendo, rapidamente Alessa me entregou Bebê, a segurei como se fosse minha vida, como se fosse a coisa mais importante para mim, Alessa imediatamente abriu o velho saco e dele saíram vários gatinhos, mais não simples gatinhos, todos gatinhos mortos.
Fiquei assustada com a imagem tampei os olhos de Bebê para que a filha de Alessa não visse tal imagem, a imagem da morte, virei meu rosto enquanto estava em choque, Alessa ficou algum tempo calada, quando disse feliz.
-Veja Alessa que lindo.
Nesse momento tive uma leve sessão de medo, achei que Alessa achava a morte linda, quando o som de um miado me assombrou, olhei para Alessa, ela segurava um pequeno gatinho preto, ela me olhou novamente para mim e disse.
-É lindo um milagre né Anna? – ela abraçava o gatinho enquanto sorria – Em mio a tristeza e as magoas nós conhecemos, em meio a morte, encontrei a vida. Vou chama-lo de sortudo.
Alessa abraçava o gatinho Sortudo fortemente enquanto sorria e vinha em minha direção e me estendia a mão. Logo....
*****
Toda imagem desaparecia de minha mente, todas memorais deixaram de existira apartir daquele momento, me vi de mão estendida para o nada, me vi fingido segurar a Bebê no colo, mais ela não existia, Alessa não estava mais aqui, lembrei-me do velho gato preto que estava miando em frente ao vestido, quando me logo iluminei onde ele estava, não existia mais Sortudo, não existia mais o vestido, tudo havia desaparecido. Lembrava-me que havia ido naquela encruzilhada porque estava triste, e devido a tristeza conheci Alessa, e em meio a morte Alessa achou a vida.
As palavras de Alessa não saiam de minha mente, a imagem dos gatos mortos também, peguei a lanterna e iluminei a velha placa que estava em pedaços no chão, a levantei e vi somente em um dos lados escritos, “a esquerda greenwood”, olhei para o caminho a qual a placa apontava e continuei a caminhar, continuei rumo a greenwood.
Meus passos iam se aproximando do lugar, enquanto me lembrava das recordações de meu passado, havia vivido minha vida inteira naquele local, lembrava-me do velho vestido de Alessa que havia visto jogado na encruzilhada e do miado de Sortudo já muito velho para o nada, minha mente estava querendo se lembrar, mais alguma coisa bloqueava a memoria, e estava liberando somente imagens boas do meu passado, precisava de algo, precisava saber o que tinha acontecido.
Via sobre a estrada o pilhar de concreto ao qual me lembrava escrito “greenwood school” flah da velha escola de greenwood passava sobre minha mente, comecei a caminhar, um velho portão todo amassado estava a minha frente, ele estava todo enferrujado e avia sido amassado e derrubado violentamente, a grama e o mato cresciam violentamente sobre a estrada a anos ninguém o aparava, continuei a caminhar, continuei a andar enquanto via apenas algumas paredes erguidas, algumas janelas faltado, logo olhei e vi que estava sobre velhos pedaços de lajotas, e um velho armário com metal carbonizado a minha frente, parei de caminhar e iluminei a minha volta, estava cercada pela ruinas carbonizadas do que um dia foi greenwood, o lugar parecia ter sido destruído a séculos a muitos anos, fiquei chocada quando um flash passou sobre minha mente.
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“Uma imagem de mim, uma imagem de mim nessa idade, estava de cabeça abaixada olhava para os alunos que circulavam um belo corredor, fazia cara de má, estava com ódio, vestida com as mesma roupas que estava caminhava rumo ao refeitório...”
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Os flahs sumiram de minha mente, eu estava na mesma idade, no mesmo lugar, mais tudo a minha volta parecia está mais de 50 anos mais velho, tudo parecia ter sido destruído a muito tempo, era impossível, logo comecei a caminhar para trás queria sair dali, um intenso ódio daquele dia dominou meu coração, a sensação de raiva me dominou por completo, cai de joelhos e lagrimas saiam involuntariamente escorriam. Quando ouvi uma voz de uma criança.
-Foi você Anna? Foi?.
Me virei e vih um garotinho gordinho de aproximadamente 6 anos, sua imagem vinha a minha mente, seu nome também “Victor”.
-Anna? Lembra de nossas brincadeiras? A Bebê era a líder de nosso forte.
Fiquei assustada comecei a me arrastar para trás diante das cinzas de greenwood, a criança parou olhou para meus olhos no meio da escuridão abriu a mão e disse.
-Você não se lembra né? – ele fez uma cara de menino emburrado e ficou irado – Mas Bebê lembra de tudo, ela sempre se lembra.
Um forte grito soou em meus ouvidos, o grito de varias criança pedindo ajuda, o grito de varias pessoas pedindo socorro, o barulho de greenwood desmoronado, o som do medo, misturado ao ódio que sentia em minha memorias, a imagem das chamas a minha volta, greenwood deixando de existe, e meu olhar medonho parada observando a destruição de longe, observando o fim de greenwood. Quem sou ? o que está acontecendo?
Tudo ficou negro em minha mente mergulhei em um abismo, enquanto tudo silenciava, enquanto o mundo desmoronava, enquanto meu coração se calava, o garoto deixava de existir, o nada surgia, e a única coisa que pesava era. – se achei a felicidade em meio a tristeza, se encontrei a vida no meio da morte. Posso achar as respostas em meio ao nada? Por fim me silenciava e apagava.